(FOLHAPRESS) – O ministro da Educação, Camilo Santana, disse nesta terça-feira (26) que o governo vai criar bolsa e poupança para alunos de ensino médio e que a expectativa é de lançar a proposta no meio de outubro.
O programa tem como objetivo combater evasão escolar e está sendo desenhado desde o ano passado, por um compromisso assumido com a então candidata à Presidência e hoje ministra Simone Tebet (MDB).
“Quando um aluno chega no ensino médio, na idade de 14 anos, 15 anos, geralmente é aquela fase que, diante das dificuldades da família, ele precisa trabalhar. Então, muitas vezes o aluno abandona a escola, falta demais, é reprovado. A ideia é dar um auxílio para esse jovem, que será mensal, e um auxílio que será uma poupança, para ele receber ao final da conclusão do ensino médio”, disse Camilo a jornalistas no Palácio do Planalto, após lançamento de programa sobre conectividade nas escolas.
O programa ainda não tem nome nem valores definidos. “Ele está sendo concluído dentro das limitações orçamentárias”, completou.
De acordo com o ministro, a modalidade será bolsa-poupança. Pela ideia, todo aluno de ensino médio receberia por mês uma quantia, e outra será depositada numa espécie de poupança no final de cada ano.
O estudante terá de obedecer contrapartidas que estão sendo estabelecidas, como frequência adequada em sala de aula e aprovação nas disciplinas.
“Essa poupança poderá aumentar a cada ano. Será depositado integralmente no fim do ano e ele vai sacar no final do ensino médio que ele vai utilizar para abrir um negócio, para fazer uma faculdade”, afirmou o titular da pasta.
O programa será uma parceria do MEC com o Ministério do Desenvolvimento Regional. O governo fará um cruzamento de informações do CadÚnico e do Bolsa Família com o Censo Escolar do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira).
Segundo Camilo, o governo ainda deve definir se fará o programa por meio de uma medida provisória ou projeto de lei, mas que o objetivo é que o presidente Lula (PT) possa lançá-lo no meio de outubro.
A criação de um programa federal de bolsas no ensino médio foi um compromisso assumido com a então candidata ao Palácio do Planalto, Simone Tebet. Antes de anunciar o apoio a Lula, ela pôs como condição a incorporação dessa promessa ao programa de governo petista. Hoje Tebet é ministra do Planejamento.
Na campanha, ela prometeu um pagamento de R$ 5.000 ao fim da etapa. A senadora falava em evitar que jovens se enquadrassem na categoria “nem-nem” (aqueles que não estudam nem trabalham).