Situado a cerca de cinquenta metros do bairro de Sayyeda Zeinab, o armazém estava cheio de caixas de medicamentos espalhadas pelo chão, relatou um jornalista da agência de notícias francesa AFP.
Os socorristas, a maioria vestindo macacões brancos, transportavam os corpos, cuja identidade não foi possível determinar, em sacos pretos para serem levados em caminhões.
Desde a tomada do país por uma coalizão armada liderada pelo grupo islâmico Organização de Libertação do Levante (HTS), os grupos pró-iranianos, incluindo o movimento xiita libanês Hezbollah, que controlavam a região durante o regime de Assad, abandonaram a área.
“Recebemos relatos de odores pútridos vindos do local. No armazém, encontramos um frigorífico com corpos em decomposição”, disse Ammar al-Salmo à AFP, funcionário dos Capacetes Brancos, cujas informações não foram confirmadas pela agência.
Os ossos também estavam espalhados pelo chão, acrescentou ele, estimando que o número de vítimas seria inferior a 20.
“Vamos tentar determinar a idade das vítimas e, em seguida, coletar amostras dos corpos para realizar testes de DNA e tentar localizar suas famílias”, disse Salmo.
Desde a fuga de Bashar al-Assad para Moscou, em 8 de dezembro, corpos têm sido encontrados em várias valas comuns por todo o país.
Muitos sírios estão agora em busca de familiares que desapareceram durante as décadas de repressão sob o regime de Assad, que deixou o país em uma situação devastadora após uma guerra civil de 13 anos que tirou a vida de mais de 500.000 pessoas, desencadeada pela repressão a uma revolta pró-democracia.
Ao longo da última década, várias famílias em todo o mundo têm pedido ajuda ao Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) para encontrar pessoas desaparecidas na Síria.
Apesar da situação incerta no terreno, o CICV tem apelado à proteção de arquivos, cemitérios e outros locais onde possam ter sido enterradas pessoas e afirmou estar pronto para ajudar “todas as partes que exercem autoridade na Síria a encontrar os desaparecidos”.
Em 2022, o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) estimou que mais de 100.000 pessoas morreram nas prisões desde 2011, principalmente em consequência de torturas.
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