O MTE (Ministério do Trabalho e Emprego) resgatou 91 trabalhadores que se encontravam em condições análogas à escravidão em Jacobina, no Norte da Bahia, a 339 km de Salvador. Os homens, que estavam empregados em duas pedreiras, foram encontrados durante uma operação realizada entre os dias 9 e 16 de abril.
De acordo com a SIT (Secretaria de Inspeção do Trabalho), os trabalhadores exerciam a função de quebradores de pedras de arenito em condições extremamente degradantes, realizando um trabalho fisicamente intenso e repetitivo. A pasta informou que a atividade era realizada sem o uso de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual), colocando em risco a saúde e segurança dos profissionais.
Além disso, os trabalhadores não tinham acesso a higiene básica ou conforto. Eles foram encontrados em abrigos precários, construídos com pedras e lonas, próximos às pedreiras. As refeições eram preparadas em fogareiros improvisados, e os trabalhadores comiam no chão, no mesmo local onde armazenavam as ferramentas e montavam camas improvisadas.
A SIT também revelou que os trabalhadores apresentavam hematomas causados por acidentes de trabalho, mas não tinham acesso a kits de primeiros socorros ou exames médicos. Nenhum deles tinha registro em carteira de trabalho e, como remuneração, recebiam por produção, sem acesso a benefícios como 13º salário, férias ou descanso remunerado.
A operação de resgate contou com o apoio do MPT (Ministério Público do Trabalho), DPU (Defensoria Pública da União) e PF (Polícia Federal). Ao todo, 248 trabalhadores foram alcançados pela ação, sendo que 118 deles não possuíam registro formal de emprego.
O resgate é mais um capítulo na luta contra o trabalho escravo no Brasil e chama a atenção para as condições de exploração em algumas atividades, especialmente no setor da mineração.
Fonte: Agência Sertão