Servidores do Poder Judiciário, que atuam no Fórum Desembargador Filinto Bastos, em Feira de Santana, aderiram a uma série de paralisações de 24 horas em protesto pela não inclusão do projeto de reposição salarial na pauta da Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA). As paralisações foram aprovadas em assembleia e têm como objetivo pressionar o Poder Executivo e o Legislativo a avançarem com o projeto, que foi encaminhado em agosto de 2024 e ainda não foi votado.
Ao Acorda Cidade, o delegado sindical Jair de Jesus, representante do Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário (Simpojud), informou que os atos ocorrem as terças e quartas-feiras, em ciclos de 24 horas.
“Essas paralisações de 24 horas na terça, 24 horas na quarta, e 24 horas na próxima terça, e na próxima quarta foram determinadas em assembleia realizada no dia 11. O objetivo é que seja pautado o projeto de reposição salarial, que se encontra na ALBA desde agosto de 2024”, afirmou o sindicalista ao Acorda Cidade.
Segundo Jair, o projeto foi elaborado ao longo de um ano, passou por alinhamentos no Tribunal de Justiça, que solicitou a ampliação do período de implantação de cinco para oito anos, e, após aprovação pelas comissões internas e pelo pleno do tribunal, foi encaminhado à Assembleia Legislativa. No entanto, ainda não houve movimentação para colocá-lo em votação.
“Na tarde de ontem, estivemos na ALBA com diversos servidores, mas soubemos que a pauta estava travada por conta da atuação da oposição. No mesmo momento, ocorria uma reunião entre a presidente do tribunal e a presidente da Assembleia”, relatou.
Possibilidade de greve geral dos servidores
A categoria informou que, caso o projeto não seja pautado e aprovado, uma nova assembleia está marcada para o dia 7 de maio, com indicativo de greve geral por tempo indeterminado.
“Não estamos pedindo aumento. Estamos solicitando a reposição salarial, que, segundo o Dieese, corresponde a cerca de 54% das perdas inflacionárias acumuladas nos últimos oito anos, que não foram repassadas pelo governo anterior aos servidores do Poder Judiciário”, explicou o sindicalista.
Ele também afirmou que o sindicato tem buscado diálogo com o governador, a presidente da ALBA e a presidente do Tribunal de Justiça.
“Nós contamos com a sensibilidade do governador. Outras categorias do Estado já tiveram seus projetos encaminhados. Inclusive, ontem, o governador anunciou em coletiva o envio do projeto das polícias e bombeiros para a ALBA. Reconhecemos isso, mas também esperamos que o nosso projeto seja pautado”, concluiu Jair de Jesus.
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade