De acordo com dados do Indicador de Alfabetismo Funcional (Inaf), divulgados nesta segunda-feira (5), 29% dos brasileiros com idade entre 15 e 64 anos são analfabetos funcionais, ou seja, não sabem ler e escrever ou não conseguem compreender pequenas frases ou identificar números de telefones ou preços. Os dados são referentes ao ano de 2024.
O Inaf classifica o nível de alfabetismo da população com base em um teste aplicado a uma amostra. A soma dos níveis mais baixos (analfabeto e rudimentar) representa o percentual do analfabetismo funcional. A soma dos níveis mais altos (intermediário e proficiente) corresponde ao alfabetismo consolidado. E, o nível elementar está no meio.
Apesar de o Inaf ter constatado uma queda no nível de analfabetismo funcional – que foi de 39% para 29% em 23 anos – os pesquisadores destacam a preocupação com a constância no nível mais elevado de alfabetismo. O nível proficiente vem oscilando em torno de 12% desde o início da série histórica. Em 2024, esse percentual ficou em 10%.
Dentre aqueles classificados pela escala Inaf no nível proficiente de alfabetismo, 38% estudam ou estudaram até o ensino médio e mais da metade (54%) cursam ou cursaram a Educação Superior.
Pela classificação do Inaf, além dos 29% dos brasileiros considerados analfabetos funcionais, a maior parte da população (36%) está no nível elementar – que compreende textos de tamanho médio, faz pequenas interferências e soluciona problemas envolvendo as quatro operações básicas da matemática. Outra fatia, de 35% da população, está no patamar de alfabetismo consolidado.
Aumentou o número de jovens considerados analfabetos funcionais
Ainda, segundo o levantamento, o percentual de jovens de 15 a 29 anos considerados analfabetos funcionais passou de 14% em 2028 para 16% em 2024. Os pesquisadores do Inaf atribuíram o aumento à pandemia, quando governadores e prefeitos fecharam escolas e muitos jovens ficaram sem aulas.
Em relação ao sexo, representando 51% da população entre os 15 e os 64 anos, as mulheres são minoria entre os analfabetos funcionais, refletindo sua maior escolaridade quando comparadas aos homens.
Já quando se analisam os níveis mais altos da escala Inaf, essa vantagem se reverte: elas representam 47% dos alfabetizados em nível proficiente e eles, 53%.
Analfabetismo por região
A região com o maior percentual de analfabetos é o Nordeste, com 13%. Se somado ao nível rudimentar (29%), a região tem 42% da população de analfabetos funcionais. O Nordeste tem 19% da população no nível intermediário e 8% no nível proficiente, ou seja, somando os dois resultados, a região tem 27% da população no patamar de alfabetismo consolidado.
As regiões Norte e Centro-Oeste têm juntas 22% de analfabetos funcionais, 43% no nível elementar e 35% no nível de alfabetismo consolidado.
A região Sul tem 35% de analfabetismo funcional, 31% no nível elementar e 34% da população no nível consolidado.
O Sudeste tem 22% de analfabetismo funcional, 37% da população no nível elementar e 40% no patamar de alfabetismo consolidado.
Gazeta do Povo (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)