sábado, julho 12, 2025

Brasil paga por erros de Lula que resultaram na ação de Trump, dizem especialistas

Especialistas veem falhas na condução externa do governo e alertam para riscos à economia após tarifas americanas

A decisão dos Estados Unidos de elevar para 50% as tarifas sobre produtos brasileiros, anunciada pelo presidente Donald Trump, acendeu um alerta entre especialistas em comércio internacional e diplomacia.

A medida é interpretada como resposta direta à orientação ideológica da política externa brasileira — vista, por muitos, como descolada da realidade geopolítica e econômica global. O presidente da República é responsável pela condução das relações internacionais.

Segundo o advogado Marcelo Godke, especialista em direito internacional empresarial, a diplomacia brasileira perdeu rumo e hoje opera sem direção clara.

Nosso posicionamento internacional virou uma colcha de retalhos. O país se alinha por afinidade ideológica, sem avaliar os impactos. No fim, estamos do lado errado da história, isolados de parceiros que valorizam liberdade e crescimento sustentável”, afirma. O Brasil esta hoje alinhado com China, Irã, Rússia e Venezuela, onde liberdade é zero.

Godke acredita que a retaliação tarifária é consequência de anos de tensionamento com os Estados Unidos. “Agora, o Brasil colhe o resultado de uma postura que desprezou as relações com as grandes economias ocidentais”, aponta.

Postura hostil

A crítica é compartilhada por Luís Garcia, tributarista e sócio do Tax Group. Para ele, o governo contribuiu para o desgaste com Washington ao adotar uma postura hostil desde o início da atual administração.

A sinalização contrária aos Estados Unidos começou bem antes da eleição de Trump. A insistência em discursos confrontativos, especialmente nas cúpulas dos Brics, tornou inevitável a reação do governo norte-americano. O resultado é esse: prejuízo comercial e diplomático”, resume.

Trump vinculou publicamente as tarifas ao processo judicial contra Jair Bolsonaro, atitude considerada “inaceitável” por Brasília. No entanto, o gesto expôs também uma fragilidade diplomática crescente, segundo o advogado Marcelo Censoni.

Bahia On – Foto: Ricardo Stuckert / PR

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