BELO HORIZONTE, MG (FOLHAPRESS) – Um ataque americano matou, nesta terça-feira (3), um líder do Estado Islâmico (EI) na Síria, disse o Comando Central dos EUA (Centcom).
Segundo o comunicado, Khalid ‘Aydd Ahmad al-Jabouri, um iraquiano que se passava por sírio e era chamado de Khaled, foi responsável pelo planejamento dos ataques do EI na Europa e desenvolveu a estrutura de liderança do grupo terrorista.
“Embora degradado, o grupo continua capaz de conduzir operações na região com o desejo de atacar além do Oriente Médio”, afirmou o comunicado. O Centcom acrescentou que a morte de al-Jabouri vai “interromper temporariamente a capacidade do grupo de planejar ataques externos”.
O Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) confirmou a morte, destacando que um drone americano atacou o líder do EI na província de Idlib, no noroeste da Síria, em uma área controlada pelos extremistas. De acordo com o Observatório, ele foi morto quando caminhava perto da casa que ocupava e conversava por telefone.
O EI reivindicou diversos atentados na Europa na época em que proclamou um califado nas áreas da Síria e do Iraque controladas pelo grupo. Na França, reivindicou os atentados de 13 de novembro de 2015 em Paris, que resultou na morte de 130 pessoas, e de 14 de julho de 2016 em Nice, com 86 vítimas fatais.
Reivindicou ainda três atentados suicidas em 2016 na Bélgica, que deixaram 30 mortos, e os ataques na Espanha em 17 e 18 de agosto, que provocaram 16 mortes.
Um relatório da ONU divulgado em fevereiro estima que o grupo tenha de 5 a 7 mil membros e apoiadores, cerca de metade deles combatentes. O documento afirma que a ameaça representada pelo EI e seus afiliados à paz e segurança internacional era alta no segundo semestre do ano passado e aumentou dentro e ao redor das zonas de conflito onde está presente.
À agência de notícias AFP, o fundador da Jihad Analytics, Damien Ferré, disse que al-Jabouri operava a partir da região de Deir Ezzor, no leste da Síria. “Como sempre acontece, ele será substituído por outro”, comentou Ferré, que analisa o cenário do extremismo ao redor do mundo e na internet. “Mas não se deve minimizar o que aconteceu, porque é um novo golpe contra o grupo ultrarradical.”
Desde a derrota territorial do EI na Síria em 2019, centenas de soldados americanos, mobilizados no nordeste do país como parte da coalizão antijihadista, seguem lutando ao lado das Forças Democráticas Sírias (FDS), dominadas pelos curdos, atacando supostos membros do EI.
Apesar dessa derrota, o EI continua executando atentados na região. O grupo atacou recentemente civis que recolhiam trufas no deserto, deixando dezenas de mortos.