O movimento migratório do deputado estadual e ex-presidente da Assembleia Legislativa da Bahia, Nelson Leal (PP), da base do governador Jerônimo Rodrigues (PT) para o posto de coordenador da pré-campanha de ACM Neto (União Brasil) ao governo da Bahia acendeu um inédito sinal de alerta no núcleo político do Palácio de Ondina.
Desde o anúncio quando Nelson apareceu de mãos dadas a Neto, auxiliares e interlocutores governistas passaram a monitorar com atenção os desdobramentos que a migração pode provocar no curto prazo, temendo, inclusive, o risco dele “contagiar” colegas deputados e promover um efeito dominó dentro da própria base.
A leitura é que o ex-presidente não tem na sua trajetória política traços de quem faz movimentos impulsivos e que se ele migrou tão antecipadamente, como avaliam alguns, é porque “farejou que o cenário está mudando”, nas palavras de um deputado governista.
A isso se soma o traquejo incomum de Leal em “falar a linguagem do interior”, como disse outro parlamentar, o que facilita sua nova tarefa de sentar com prefeitos e lideranças para uma jornada eleitoral em direção diferente dos últimos anos.
A travessia do pepista se dá num momento em que a orquestra governista reclama de maneira afinada contra a condução política do governo, especialmente quanto aos compromissos não cumpridos, lentidão na liberação de demandas e dificuldade de relação com a estrutura administrativa.
Há também quem tenha comparado o desembarque de Nelson Leal a “uma partida de seis pontos”. Isso porque o deputado não apenas deixa de reforçar o governo, mas passa a atuar como um dos principais articuladores de ACM Neto.
Fonte: Política Livre / Foto: O ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (União Brasil) e o deputado Nelson Leal (PP)





