O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso, vaiado em evento da UNE (União Nacional dos Estudantes) após dizer que “derrotamos o bolsonarismo”, se justificou nesta quinta-feira (13). O magistrado afirmou, em nota, que se referia aos atos do 8 de Janeiro e ao “extremismo golpista”.
“Na data de ontem, em Congresso da União Nacional dos Estudantes, utilizei a expressão “Derrotamos o Bolsonarismo”, quando na verdade me referia ao extremismo golpista e violento que se manifestou no 8 de janeiro e que corresponde a uma minoria”, escreveu o ministro.
Ele afirmou ainda que “jamais pretendeu ofender” os 58 milhões de eleitores do ex-presidente Jair Bolsonaro e que tem respeito por todos os eleitores e políticos democratas, sejam eles conservadores, liberais ou progressistas.
A declaração de Barroso aconteceu durante o evento, após ele ser vaiado por seus posicionamentos no processos de impeachment de Dilma Rousseff (PT) e no piso salarial da enfermagem. Parlamentares aliados do ex-presidente já afirmaram que vão entrar com um pedido de impeachment contra o ministro. O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) e a deputada Bia Kicis (PL-DF) foram alguns deles.
Ministros ouvidos pelo jornal Estadão em condição de anonimato consideraram que as declarações de Barroso levaram uma crise para o período de recesso da Corte e podem afetar a imagem do tribunal. Para eles, a fala vai acabar reforçando a percepção de alguns setores que enxergam que o STF age direcionado por uma espécie de “ativismo judicial”.
Por: Metro1 – Foto: Roberto Jayme/Ascom TSE