Um governo só é bom quando tira as pessoas da miséria e da pobreza, e não quando as deixa dependentes.
O Estado só avança quando os serviços essenciais passam a ser direitos e não favores.
Infelizmente, na Bahia, com 20 anos do mesmo partido, a vida das pessoas não se transformou para melhor.
Mais que isso: serviços importantes passaram a ser dirigidos por políticos.
Emendas e recursos públicos foram incorporados ao sistema para manutenção do poder.
Enquanto os índices sociais estão na mediocridade, as políticas populistas e assistencialistas ganham força.
Literalmente, o objetivo do partido e seus aliados é o projeto de poder, e não de Estado.
O projeto é que as pessoas fiquem dependentes: de um favor na saúde, de um benefício do governo.
E os prefeitos, de obras populistas e emendas para saciar o desejo de se perpetuar no poder.
Vivemos um tempo sombrio, onde a noção de ética foi deixada em terceiro plano.
O modelo de que tudo vale pelo poder, de que os fins justificam os meios, é o lema dos mandatários da Bahia nas duas décadas que se findam.
Neste cenário, a Bahia caminha ou para alternar e romper com esse ciclo, ou prosseguir fortalecendo um sistema neo-imperialista, onde o sucateamento do Estado é a base de sustentação política.
Onde investimentos em segurança não são prioridades.
Enquanto se promove a culpa em certas classes sociais, o Estado é omisso em fazer seu papel de busca da cidadania.
O método é: quanto maior o caos em certos segmentos, o governo aparece como o pai, a mãe dos mais humildes, que estende a mão.
Ou a percepção de que alternar é o caminho natural nas democracias prevalece, ou o futuro da Bahia será de fortalecimento desse modelo que já conta 20 anos de poder, e pode ir para outra década.
Agradando aos que se nutrem das benesses do Estado, dos favores políticos, da ausência de igualdade no acesso a serviços.
Essa é a Bahia que se mostra nesses anos todos, em que o silêncio omissivo resulta em mortes na fila da regulação, se não tiver um padrinho político.
Resulta em uma desordem social jamais vista na história. Pergunto onde chegaremos?
A corrupção se naturalizou, e os aliados se nutrem do Sistema.
A esperança não trouxe um tempo de mudanças, mas de retorno ao que pior existiu no coronelismo e República do Café com Leite
Bruno Pamponet