A aeronave da Voepass Linhas Aéreas que caiu no início da tarde desta sexta-feira (9), no interior de São Paulo, e causou 61 mortes, operava entre Salvador e Barreiras até 30 de março deste ano, quando o serviço foi suspenso. A informação foi confirmada pela administração do terminal aeroviário da cidade no oeste baiano. Conforme a administração, a Voepass oferecia voos diários de ida e volta entre as duas cidades, e os aviões tinham capacidade para transportar cerca de 70 pessoas por viagem, cujo tempo de duração era de aproximadamente duas horas.
A aeronave, em questão, era uma ATR-72, usada em rotas regionais. Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o modelo é turboélice com 74 assentos, fabricado pela ATR, com sede na França, uma das maiores fabricantes de aviação do mundo. De acordo com a fabricante, o ATR-72-500 pode voar com velocidade máxima de 511 km/h. O modelo tem 27 metros de comprimento e de envergadura, além de uma autonomia de voo de 1.324 quilômetros. O peso máximo que o avião pode carregar em serviço é de 7 mil quilos. Ainda segundo a administração do aeroporto de Barreiras, a mesma companhia aérea ofertava voos de ida e volta entre a cidade e Brasília (DF). O serviço era diário e teve a oferta reduzida no início desse ano, até ser totalmente suspenso.
Em nota enviada à imprensa na época, a empresa disse que a suspensão se devia “à uma reestruturação de sua malha aérea”. A mudança atingiu também os aviões da companhia que saíam de Salvador para Lençóis, na Chapada Diamantina, Teixeira de Freitas, no extremo sul, Paulo Afonso, no norte, Vitória da Conquista e Guanambi, no sudoeste. As administrações dos aeroportos de Feira de Santana e Paulo Afonso afirmaram que aeronaves do mesmo modelo que caiu nesta sexta-feira prestavam serviço nos terminais, contudo, ao contrário de Barreiras, não há confirmação de que o mesmo avião envolvido no acidente tenha feito pousos e decolagens nesses locais.
Antiga ‘Passaredo’
A Voepass é a antiga Passaredo Linhas Aéreas. A empresa foi fundada em julho de 1995, em Ribeirão Preto, no interior do São Paulo, e é considerada a companhia aérea brasileira mais antiga em operação, mas sua trajetória foi marcada por reveses econômicos ao longo dos anos. Após enfrentar uma série de dificuldades financeiras e um pedido de recuperação judicial, em 2019 os controladores da Passaredo formaram a nova marca Voepass Linhas Aéreas. A Voepass voa atualmente com uma frota composta por 15 aeronaves de modelo da empresa franco-italiana ATR: o ATR 72-500, ATR 72-600 e ATR 42-500, e conta com um codeshare com a Latam. De acordo com a Anac, a companhia é a quarta maior do país, com uma participação de 0,5% do mercado nacional, atende a 37 destinos em todas as regiões do Brasil e transportou mais de 500 mil passageiros em 2023.