O governador Jerônimo Rodrigues declarou durante entrevista coletiva a rádios da região Oeste, que a Bahia “é um estado de paz”
O governador Jerônimo Rodrigues (PT) declarou, na segunda-feira, 28/7, durante entrevista coletiva a rádios da Região Oeste, que a Bahia “é um estado de paz”, apesar dos dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2024 apontarem que 5 das 10 cidades mais violentas do país estão no estado.
“Todos que estão nos ouvindo neste momento sabem que a Bahia é um estado de paz. Todos sabem. Mas o combate à violência é um tema muito sensível, que entra na casa das pessoas. Não é uma questão restrita à Bahia — e não estou fugindo do assunto. Esse é um tema que já se tornou internacional. Todos os países estão preocupados com o crime organizado, com as facções e com o capital investido tanto no fortalecimento dessas facções quanto na sua ligação com determinados segmentos. Tudo isso aconteceu muito rapidamente”, afirmou Jerônimo.
O governador também criticou comparações com o cenário de décadas passadas e argumentou que a criminalidade atual possui novas características. “Algumas pessoas insistem em comparar com o passado, dizendo que há 30 ou 40 anos não era assim. Mas também existiam outros tipos de crime naquela época. O cenário mudou. O recurso e o uso da tecnologia hoje são outros, a sociedade é outra”, disse.
Para Jerônimo, o avanço da violência deve ser compreendido dentro de um contexto mais amplo. “Portanto, é preciso entender que estamos diante de um problema de escala mundial. É também um problema nacional. Não é apenas a Bahia que sofre com isso“, acrescentou.
Segundo o levantamento do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, as cidades baianas de Jequié, Juazeiro, Camaçari, Simões Filho e Feira de Santana. figuram entre as 10 com maiores taxas de mortes violentas no Brasil. A capital baiana aparece na 20ª posição.
Na mesma entrevista, Jerônimo voltou a fazer críticas ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pelo anúncio do tarifaço de 50% a produtos brasileiros a partir do dia 1 de agosto. Para Jerônimo, Trump não pode querer interferir em outros países, e fez comparações com municípios e estados sobre soberania.
“O povo norte-americano o elegeu para cuidar dos EUA, e não para ele se impor. Imaginem se o município de Barreiras quisesse mandar no município de Ibitirama. E se um outro estado quisesse mandar na Bahia? Os governadores de cada estado que mandem em seus estados. O que podemos fazer é uma relação de parceria, como é o Mercosul”, disse o governador.
Na ocasião, Jerônimo ainda chamou Trump de “irresponsável” e revelou que torce por uma solução antes do início do próximo mês. “Nós vivemos em um mundo civilizado para tratar diversos temas. É para isso que a gente tem que se unir. O Oeste da Bahia deverá sofrer com isso por conta das exportações. A economia norte-americana é importante para o mundo. Qualquer movimento impacta em nós. Então, não podemos torcer contra. Eu estou com esperança que podemos superar, mas acho muito difícil”, completou.
Fonte> Tribuna da Bahia – Foto: Eduardo Aiache / GOV/BA