O número de beneficiários do Bolsa Família ainda é maior que o de trabalhadores com carteira assinada em 12 das 27 unidades da Federação. Esses dados excluem o setor público.
Indicadores recentes, no entanto, mostram um aumento no número de carteiras de trabalho em relação ao de beneficiários do Bolsa Família. Essa tendência ocorre desde o início de 2022, no governo Bolsonaro, e agora tem sequência com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O mesmo aconteceu depois da pandemia quando em 2022 foram criados 2,4 milhões de vagas de emprego, o maior até hoje depois da covid-19.
Em janeiro de 2023, o número de beneficiários do programa correspondia a quase metade de todas as carteiras assinadas no Brasil. Essa proporção caiu para 44% do emprego formal em agosto de 2024.
Ou seja, houve uma expansão significativa do mercado de trabalho, enquanto o número de beneficiários do Bolsa Família teve uma queda, motivada pelo início da revisão de cadastros pelo governo federal.
O número de beneficiários do Bolsa Família ainda é maior que o de trabalhadores com carteira assinada (o que exclui o setor público) em 12 das 27 unidades da Federação.
Antes da pandemia, eram 8 Estados com mais benefícios que empregos formais. O número subiu, durante a pandemia de covid-19, para 10 em 2020, para 12 em 2022 com o Auxílio Brasil e chegou a 13 em 2023. O número se manteve em 13 no início de 2024, mas agora reduziu para 12 Estados.
A última mudança foi do Rio Grande do Norte, que passou a ter mais carteiras assinadas do que benefícios concedidos.
Com isso, passou a ser o único Estado do Nordeste com mais carteiras de trabalho do que beneficiários. O Norte também tem 4 Estados com mais benefícios do que trabalhadores com carteira.
O Maranhão é o Estado onde essa relação de dependência do benefício é mais forte. Há 659 mil empregos com carteira assinada e 1,2 milhão de famílias maranhenses recebendo Bolsa Família.
Bahia
O Estado da Bahia está em terceiro nesse quesito com 2.456.516 beneficiários do Bolsa Família, enquanto 2.133.391 baianos têm carteira assinada, ou seja, 323.125 recebem o benefício do que os que trabalham. O Bolsa Família tem 53,5% entre beneficiários e trabalhadores. A Bahia é o segundo estado em número de beneficiários atrás apenas de São Paulo com 2.517.221.
Tendência
estudos recentes que têm mostrado sinais de um desincentivo a buscar emprego após as sucessivas ampliações do Bolsa Família nos últimos anos. Os trabalhos evidenciam uma queda da parcela da população em idade ativa que participa da força de trabalho.
Antes da pandemia, 63,4% das pessoas em idade ativa estavam empregadas ou tentando ser contratadas. Agora, são 62,1%. Ou seja, há hoje mais pessoas sem trabalhar e sem buscar emprego do que havia no início de 2020.
Fonte: Pode 360