Faz muito tempo ,a irmandade dessas duas cidades, Baixa Grande e Ipirá, duas histórias em uma só.
Nos idos de 1860 foi criada a Vila de Baixa Grande que pertencia ao Camisão. Com o advento da República e a faça da Revolução ocorreu a briga dos dois coronéis do sertão. Um ficou por lá, outro veio para cá. Daí ainda no Império veio o Arraia, e em 1885 Baixa Grande virou Município.
Criado pelo Coronel Manelão.
Que logo após o fim da escravidão deixou na praça da Bandeira os pretos do sertão. Buscando a própria sorte sem temer os açoites e a morte. Foram acolhidos pelo Vigário da paróquia da cidade. Assim começa a saga dessas duas cidades que pelo coronelismo enxada e voto foram formadas. Nas ruas a imponência dos sobrados e nas terras a mão de obra escrava.
Da Sesmaria de Donana do Camuciatá, ao Cais e o Tingui. As terras passaram por herança. Derrubado as matas, se retiraram as madeiras. O pássaro preto cantou solitário, e muitos sábios foram embora do sertão.
Alguns foram expulsos sob os açoites, de homens em cavalos, e tiveram que andar a pés de Baixa Grande a Ipirá. Os pioneiros do sertão foram preteridos pelos Coronéis, seus jagunços e famílias. Os heróis são os vaqueiros que sem um pé de plantação, criaram seus filhos neste sertão. E aguentaram a seca, trabalhando duro na fazenda para fazer de seus filhos um doutor, em ciência.
Baixa Grande e Ipirá duas histórias em uma só. Viva o vaqueiro, símbolo e patrimônio do sertão.
Bruno Pamponet
Advogado é Poeta do sertão, com imagem de divulgação