Um incêndio florestal de grandes proporções, próximo ao Morro do Pai Inácio, em Palmeiras, já dura três dias e tem devastado uma extensa área de vegetação local. Neste domingo (23), bombeiros e a Brigada Voluntária de Campos de São João conseguiram controlar grande parte das chamas, mas alguns focos permanecem ativos, representando riscos à região.
O incêndio teve início em uma área conhecida como Cerrado e se espalhou rapidamente pelas áreas vizinhas, avançando com grande intensidade. As chamas atingiram uma vasta área de proteção ambiental (APA), colocando em perigo a biodiversidade e a vegetação nativa da região.
Homero Vieira, presidente do Conselho Regional de Brigadas Voluntárias da Chapada Diamantina, avaliou a situação e expressou preocupação sobre a possibilidade de o fogo se espalhar novamente. “Ontem de madrugada, o incêndio foi quase completamente controlado, mas isso não significa que foi extinto. Ainda existem muitos focos de calor, o que pode provocar uma reignição”, afirmou.
A situação revela a falta de apoio efetivo dos órgãos estaduais, como o INEMA, que deveria atuar por meio do Programa Bahia Sem Fogo, oferecendo suporte essencial no combate ao incêndio. Apesar da criação desse programa para mobilizar recursos e equipes especializadas, a ausência de ação concreta agrava a crise ambiental na Chapada Diamantina.
“A proporção que esse incêndio tomou demonstra a falta de planejamento estratégico e infraestrutura dos órgãos ambientais estaduais, especialmente considerando que ocorre em uma área de APA. Fico indignado com a omissão dos órgãos ambientais e da promotoria. Estamos cansados de enxugar gelo. É preciso responsabilizar os donos dos terrenos”, concluiu Homero.
Homero Vieira também ressaltou que incêndios na região do Morro do Pai Inácio são frequentes, exacerbados por queimadas ilegais, a falta de fiscalização adequada e os períodos de seca, que tornam a vegetação ainda mais vulnerável ao fogo.
A população pode colaborar no combate aos incêndios mantendo áreas livres de materiais inflamáveis, evitando queimadas, especialmente em períodos secos, e participando de iniciativas de conscientização sobre os riscos dos incêndios florestais.
Jornal da Chapada