O Brasil sofreu uma queda significativa no Índice de Democracia 2024, elaborado pela revista britânica The Economist. No ranking deste ano, o país passou da 51ª para a 57ª posição entre 167 nações avaliadas. A nova classificação reflete preocupações sobre a atuação das instituições democráticas brasileiras e o impacto de decisões recentes do STF (Supremo Tribunal Federal).
O relatório destacou que algumas medidas adotadas pelo Judiciário, especialmente a suspensão temporária da rede social X durante o período eleitoral de 2024, foram fatores determinantes para a piora da avaliação do Brasil. Essas ações geraram debates sobre os limites entre a proteção da democracia e possíveis restrições à liberdade de expressão.
O Índice de Democracia da The Economist avalia países com base em cinco critérios: processo eleitoral e pluralismo, funcionamento do governo, participação política, cultura política democrática e liberdades civis. A queda do Brasil indica fragilidades nesses aspectos, que contribuíram para a piora da pontuação geral do país.
Nos últimos anos, o país já vinha apresentando oscilações no ranking, refletindo momentos de instabilidade institucional e disputas entre os Poderes. A decisão do STF mencionada no relatório é um exemplo de como a atuação das autoridades pode influenciar diretamente na percepção internacional sobre o estado da democracia no Brasil.
Especialistas apontam que, apesar do declínio na classificação, o Brasil ainda mantém uma estrutura democrática funcional, embora com desafios crescentes. Entre os pontos críticos estão a polarização política intensa, o risco de interferências institucionais e a necessidade de fortalecer mecanismos de transparência e participação da sociedade civil.
O cenário brasileiro contrasta com o de outros países da América Latina, alguns dos quais também apresentaram queda no índice devido a instabilidades políticas e governamentais. A tendência na região demonstra uma preocupação mais ampla com a qualidade das democracias em um contexto de crescente desconfiança nas instituições.
A nova classificação acende um alerta para o Brasil, que precisa adotar medidas para fortalecer sua democracia e garantir que decisões institucionais não sejam interpretadas como ameaças às liberdades fundamentais. O equilíbrio entre segurança eleitoral e liberdade de expressão seguirá como um dos principais desafios do país nos próximos anos.