RIO DE JANEIRO (Reuters) – A ministra do Meio Ambiente e da Mudança do Clima, Marina Silva, disse nesta quarta-feira que o governo recebeu sinalizações de França e Espanha para aportes ao Fundo Amazônia, o que ampliaria o número de doadores depois de os Estados Unidos anunciarem que também planejam fazer uma doação inicial.
Em entrevista coletiva no Rio de Janeiro com o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, Marina disse também que o Fundo poderá buscar novos focos e prioridades.
Marina acrescentou que o processo de doação de recursos por parte dos Estados Unidos terá de ser submetido ao Congresso norte-americano, e que esse tema, junto com outras pautas, será discutido com o enviado especial do Clima dos Estados Unidos, John Kerry.
“Nós vamos, agora, com a vinda do John Kerry, que é o secretário para o clima, fazer todo o processo de conversações para chegar a termos em relação a várias agendas, inclusive a questão do aporte de recursos para o Fundo Amazônia”, disse a ministra.
“Ele virá dia 27, não sei se já será possível dizer um número líquido e certo. Mas o que temos líquido e certo é a decisão inovadora dos EUA de fazer uma cooperação para além daquilo que já é estabelecido através da Usaid”, acrescentou, referindo-se à Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional.
Iniciado em 2009 por Alemanha e Noruega para apoiar a proteção da floresta no Brasil e projetos de desenvolvimento sustentável, o Fundo Amazônia já recebeu até o momento doações de 1,3 bilhão de dólares.
Na semana passada, após encontro do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o presidente dos EUA, Joe Biden, na Casa Branca, o governo norte-americano informou que tem a “intenção de trabalhar com o Congresso para fornecer recursos para programas de proteção e conservação da Amazônia brasileira, incluindo apoio inicial ao Fundo Amazônia”.
Segundo uma fonte diplomática brasileira com conhecimento das tratativas, os EUA planejam fazer uma doação inicial de 50 milhões de dólares.
O Fundo Amazônia foi congelado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro após tomar posse em 2019, mas Lula o reiniciou com o apoio de Noruega e Alemanha logo após retornar à Presidência.
O Reino Unido também já disse estar pensando em se juntar ao fundo.