Conheça quatro escritores baianos que brilham na literatura afrocentrada

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No Dia da Consciência Negra (20/11), conheça quatro escritores baianos indicados pelo Studio Palma, autores de obras infantis que valorizam a importância de cultivar desde cedo o orgulho da identidade afro-brasileira.

Márcia Mendes

Professora aposentada, defensora incansável da educação antirracista e idealizadora do projeto “Um livro para chamar de meu”, Márcia Mendes compartilha o ideal de fazer da literatura instrumento para valorizar as potencialidades das crianças, especialmente das negras. “Na literatura que eu teço, lanço ao mundo o protagonismo das diferentes infâncias ancoradas em personagens negras (pretas e pardas). Mas o racismo estrutural atravessa as nossas vidas todos os dias. A minha literatura é ‘negro afetiva’. Tecida à baila da amorosidade, do respeito, reconhecimento da própria identidade em casa, da valorização da leitura no contexto escolar e com a família”, destaca. Entre vários títulos já publicados, o mais novo é O Vestido de Poá de Lavanda.

Marcos Cajé

O pedagogo Marcos Cajé não encontrava na literatura referências para crianças pretas. “O Dia da Consciência Negra é indispensável para nos lembrar de onde viemos. Que viemos da África, berço de grandes reis, rainhas e grandes intelectuais”, afirma o escritor e Mestre em História da África, da Diáspora e dos Povos Indígenas (UFRB). Com 20 livros publicados, Cajé é referência em literatura Afro Fantástica. “A literatura é indispensável na construção de uma sociedade antirracista”, defende o autor do livro O Mar de Kumi. Tendo como protagonista um menino negro de olhos cor de mel, a obra traz um olhar sobre medo e coragem, silêncio e escuta.

Gilmara Belmon

Pedagoga, contadora de histórias, escritora, Mestra em Educação (UEFS), Gilmara Belmon não se sentia representada nas histórias, seja pelos personagens ou por escritores. “Além da literatura antirracista, precisamos também da literatura afrocentrada , afro afetiva, afro fantástica se quisermos, de fato, contribuir para que nossas crianças construam uma autoimagem positiva”, destaca. No mais novo livro A Magia da Colcha de Retalhos, ela relembra com carinho da mãe, uma costureira que é acometida por um problema na visão provocado pelo diabetes.

Regina Luz

A educadora Regina Luz também abraçou a literatura infantil com o desejo de fazer do mundo um lugar melhor. “Escrever representa poder, quando escrevo e sei que serei lida, compreendo que posso transformar o mundo,e isso me fortalece na esperança de dias mais honestos para todos e todas”, destaca. Com quatro livros publicados para as infâncias, o mais novo título é Meu Sonho Cor do Luar. A trajetória de Chica para conhecer sua árvore genealogica, tem a biblioteca como centro de toda a narrativa.

Por Fernanda Carvalho e Clara Lyra/Frente & Verso Comunicação Integrada