(FOLHAPRESS) – Hind Rajab, uma menina palestina de seis anos que estava desaparecida há quase duas semanas em meio aos combates em Gaza, foi encontrada morta junto com vários parentes, anunciaram o Hamas e sua família neste sábado (10), acusando as forças israelenses pelas mortes.
O corpo da menina foi encontrado na manhã deste sábado em um carro perto de um posto de gasolina no bairro de Tel al Hawa, na Cidade de Gaza, depois que os tanques israelenses se retiraram da área ao amanhecer, disse sua família à agência de notícias AFP. “Hind e todos que estavam no carro morreram”, afirmou seu avô, Baha Hamada.
A família afirmou à AFP que a menina e outros familiares estavam no carro quando se depararam com tanques que aparentemente abriram fogo contra eles. Hind Rajab parecia ter sobrevivido, dado que fez um telefonema para a sua família. A partir daquele momento, contudo, ninguém mais teve notícias dela, inclusive uma equipe da Cruz Vermelha palestina que foi procurá-la, segundo seus familiares.
O Exército israelense não respondeu às perguntas da AFP sobre os disparos contra o carro ou sobre o paradeiro dos desaparecidos.
Em meio ao avanço da guerra, o Hamas alertou neste sábado que uma ofensiva por terra de Israel em Rafah poderá deixar dezenas de milhares de mortos e feridos nesta cidade do sul da Faixa de Gaza, o último refúgio para os palestinos deslocados pelo conflito no território.
Na madrugada deste sábado, várias testemunhas relataram bombardeios nos arredores da cidade, onde vivem 1,3 milhão de palestinos, ou seja, mais de metade da população total da Faixa de Gaza. A grande maioria são deslocados que fugiram dos combates em outras áreas do enclave.
Em um comunicado, o Hamas, que governa a Faixa de Gaza desde 2007, alertou para o risco de “uma catástrofe e um massacre”. Além disso, a organização terrorista afirmou que responsabilizaria “a administração dos Estados Unidos, a comunidade internacional e a ocupação israelense” pelas consequências.
As forças israelenses preparariam agora uma operação terrestre em Rafah, na fronteira com o Egito. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, pediu na sexta-feira aos militares que elaborem um plano combinado para a retirada de civis da cidade e a destruição de combatentes do Hamas que lá estejam.
Seu gabinete anunciou a medida em um momento em que tem aumentado a pressão sobre Israel ante a ameaça de um ataque terrestre em Rafah. Não está claro, no entanto, para onde os civis em Rafah poderiam ir. Muitos fugiram de cidades e vilas ao norte do território palestino devastadas pela guerra. Nesses lugares, os combates continuam e os suprimentos básicos estão criticamente escassos -e Israel não permite o retorno de quem deixou essas áreas.
O Ministério da Saúde do Hamas contabilizou 110 mortes durante a noite de sexta (9) para sábado. Também relatou combates intensos no hospital Nasser em Khan Yunis, no sul do território, onde uma pessoa morreu. Ainda há 300 funcionários, 450 feridos e 10 mil desalojados no local.