Durante fala em Cabo Verde, Lula afirmou que o auxílio a países africanos seria uma forma de “pagamento” pelo período em que africanos foram escravizados no Brasil.
“Nós temos uma profunda gratidão ao continente africano por tudo o que foi produzido durante 350 anos de escravidão no nosso país“, disse Lula na ocasião. No entanto, segundo auxiliares, o presidente pretendia expressar que o Brasil tem uma dívida histórica com a África, mas acabou se enrolando com as palavras, resultando em uma interpretação oposta à pretendida.
Para aprimorar a comunicação, a equipe de três auxiliares que já o auxiliava será reforçada com a chegada de Cristina Charão, profissional que já trabalhou na assessoria da primeira-dama Janja. Além disso, há expectativa da inclusão de mais um profissional para dar suporte ao presidente nos discursos e pronunciamentos.
Segundo informações do iG, pessoas próximas ao presidente relatam que o petista já vinha manifestando insatisfação com a preparação dos eventos e reclamava da dificuldade em se aprofundar nos diversos assuntos abordados. Com o reforço da equipe, a expectativa é que a comunicação seja mais assertiva e alinhada com as intenções, evitando interpretações equivocadas e mal-entendidos.
Ao lado do presidente José Maria Neves, na capital Praia, em Cabo Verde, Lula disse: “Quero recuperar a relação com continente africano, porque nós brasileiros somos formados pelo povo africano, a nossa cultura, nossa cor, nosso tamanho é resultado da miscigenação entre índios, negros e europeus“.
Segundo o presidente do Brasil, o país possui uma dívida histórica com o continente africano por conta da escravidão. Para Lula, o investimento em tecnologia, formação e ajuda na industrialização e no setor agrícola são uma “forma de pagamento” dessa reparação histórica.
Outras gafes
Além disso, Lula disse que o Brasil teve 700 milhões de mortes na covid-19 e o governo por meio de Marina Silva falou que o País tinha 120 milhões de famintos. Em outro momento que causou polêmica foi quando Lula disse que pessoas que sofrem de deficiência intelectual têm “problemas de desequilíbrio de parafuso”.
O petista falou sobre a obesidade do ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB), em um evento público. O presidente classificou a obesidade como uma doença que causa tanto mal quanto a fome e disse que o ministro agora estaria andando de bicicleta, por estar acima do peso.
Ao lado de um sorridente António Costa, primeiro-ministro de Portugal, o presidente cometeu uma série de gafes, recorrendo a estereótipos para descrever as relações entre o país europeu e o Brasil. Começou dizendo que nenhum brasileiro conseguiria comer pão se não fosse os portugueses padeiros. Depois, recorreu à miscigenação, falando dos africanos que foram levados para o Brasil por Portugal como escravos.
Bahoa ON/ Imagem de Reprodução