quarta-feira, julho 23, 2025

Feira de Santana se destaca como uma das poucas cidades da Bahia com aterro sanitário adequado

Na Bahia, Feira de Santana se destaca como uma exceção: entre os 417 municípios, apenas oito possuem aterro sanitário adequado, e Feira é um deles. O aterro local é operado pela empresa Sustentare Saneamento, que atua recolhendo cerca de 18 mil toneladas de resíduos por mês. A unidade também recebe lixo de municípios vizinhos, como São Gonçalo dos Campos, Conceição do Jacuípe, Amélia Rodrigues e Anguera.

Uma reunião foi realizada no dia 15 de julho para debater a importância do encerramento dos lixões e a estrutura de operação do aterro. O superintendente da Sustentare em Feira de Santana, Sérgio Ojer, falou ao Acorda Cidade sobre a relevância desse debate entre a sociedade civil, os órgãos públicos e a iniciativa privada. Segundo ele, apenas quatro dos 31 municípios que participaram da reunião estão livres de lixões.

“Acredito que a reunião foi muito proveitosa para ajudar a acabar com esse problema dos lixões”, destacou, explicando como funcionam os lixões e as diferenças se comparado aos aterros controlados e aterros licenciados.

“Lixão é aquele local totalmente desordenado. Também há o aterro controlado, que é um lixão, mas de maneira mais organizada, o que ainda pode gerar problemas para o meio ambiente. Depois existem os aterros licenciados, que cumprem todas as normas, possuem fiscalização do Inema e do município e atendem a todos os critérios necessários para exercer essa função”, explicou.

Além disso, há a Central de Tratamento de Resíduos, que é o caso de Feira de Santana, gerenciada pela empresa Sustentare. Sérgio Ojer explicou que este local não apenas aterra o lixo, mas também realiza o seu tratamento.

Sérgio Ojer
Sérgio Ojer | Foto: Ed Santos/ Acorda Cidade

“Em Feira de Santana, por exemplo, parte do material do Centro de Abastecimento é destinada à compostagem. Não fazemos mais compostagem porque, em alguns casos, o material chega contaminado. Mas o que conseguimos fazer é doado para a prefeitura. O mesmo ocorre com os pneus, que são usados para produção de asfalto. O gesso também é reaproveitado, e outros resíduos são doados para cooperativas de reciclagem”, explicou.

Encerramento humanizado dos lixões

O superintendente da Sustentare também destacou a importância de realizar o encerramento humanizado dos lixões, prestando assistência às pessoas que dependem do trabalho com resíduos.

“Há pessoas que têm uma renda cujo sustento gira em torno desses resíduos. Aqui em Feira, temos experiência com a associação do bairro Gabriela, onde alguns catadores entravam no aterro em busca de materiais. Fomos até eles e, na reunião, entendemos por que faziam isso e a importância que esses resíduos têm para eles. A partir disso, começamos a separar os resíduos e construir uma relação com a associação, que hoje está inserida em vários projetos existentes na cidade. Esses resíduos recicláveis geram uma renda para as famílias”, destacou Ojer.

Ele também informou que a prefeitura está organizando um programa de coleta seletiva para que os resíduos possam ser aproveitados sem nenhum tipo de contaminação.

Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade

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