O objeto, descoberto a dez metros de profundidade na tarde de sexta-feira, foi considerado operacional e de alto risco pelos especialistas em desarmamento da polícia, que estão trabalhando para desativá-lo antes das 23h de hoje (16h em Lisboa), prazo estabelecido para a conclusão da evacuação.
A bomba, de 1,5 metro de comprimento, contendo 227 quilos de explosivos e possivelmente lançada por uma aeronave dos Estados Unidos durante a guerra, foi descoberta durante obras de construção.
Policiais e grupos de apoio comunitário da região notificaram rapidamente os moradores dos edifícios próximos, incentivando-os a deixar os apartamentos e buscar abrigo em áreas seguras.
A operação, liderada pela Unidade de Desativação de Artilharia da Polícia, começou às 2h de hoje (19h de sexta-feira em Lisboa), com o objetivo de desmontar o dispositivo e realizar uma explosão controlada no prazo de 12 horas.
Após a conclusão da operação, as ruas adjacentes, que foram bloqueadas por precaução, deverão ser reabertas, permitindo o retorno dos moradores deslocados, desde que não haja imprevistos.
Para proteger o público e agilizar a evacuação, os bombeiros mobilizaram dois veículos de emergência, duas unidades médicas e um centro móvel de atendimento a vítimas.
O chefe interino da polícia de Hong Kong para o setor leste, Lo Shui-sang, afirmou que os agentes também contam com equipamentos de combate a incêndios e tecnologia robótica prontos para apoiar a operação.
Henry Lai, representante do Departamento de Assuntos Internos, confirmou que 35 grupos de assistência locais estão colaborando na operação, com apoio adicional do distrito de Wan Chai, e que foi providenciado transporte para levar os afetados a centros comunitários e alojamentos temporários.
Em 2018, três artefatos semelhantes foram descobertos em Wan Chai, onde um projétil de peso idêntico exigiu 20 horas de trabalho e a retirada de 1.250 pessoas.
Esses incidentes, embora esporádicos, evidenciam as dificuldades de uma cidade como a antiga colônia britânica, onde a urbanização constante frequentemente traz de volta à superfície relíquias de conflitos passados.
Documentos históricos registram intensos bombardeios aliados a partir de 1942 — após o Japão conquistar Hong Kong no Natal de 1941 —, incluindo um ataque devastador em 1945 que deixou centenas de vítimas e inúmeras munições não detonadas.
Especialistas alertam que o “boom” imobiliário pode revelar mais vestígios nessa região, marcada pelo passado colonial e pelos conflitos do século XX.