domingo, dezembro 21, 2025

Indenização de Dilma Rousseff vai a R$ 400 mil por sofrer tortura na ditadura

Ex-presidente foi presa em 1970 por oposição ao regime em questão e acabou submetida ao pau de arara, palmatória, choques e socos

Na última sexta-feira, 19, a 6ª Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) acatou o pedido de Dilma Rousseff para condenar a União à indenização por dano moral no valor de R$ 400 mil, por perseguição política durante o regime militar (1964–1985) — o que incluiu prisões ilegais e práticas sistemáticas de tortura física e psicológica, perpetradas por agentes estatais.

Tal reparação econômica ocorrerá de forma “mensal, permanente e continuada, considerando o salário médio para cargo/emprego/função ocupado pela autora”, informa comunicado no site do tribunal em questão.

Anteriormente, o Conselho Pleno da Comissão de Anistia do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania declarou comprovado o afastamento das atividades remuneradas de Dilma na Fundação de Economia e Estatística por motivação exclusivamente política.

Em 1970, a ex-presidente (2013–2016) foi presa por atuação em grupo de resistência aos militares no poder, quando acabou submetida a torturas em São Paulo (Oban e DOPS), no Rio de Janeiro e em Minas Gerais, segundo o site Memórias da Ditadura.

No total, foi condenada a seis anos e um mês de prisão, além ter os direitos políticos cassados por dez anos. No entanto, conseguiu redução da pena junto ao Superior Tribunal Militar (STM) e saiu da prisão no final de 1972”, reporta a publicação em questão.

Trajetória

Dilma Vana Rousseff iniciou a vida política aos 16 anos, em 1963, como simpatizante de organizações de esquerda contrárias à ditadura militar, como a Organização Revolucionária Marxista Política Operária (Polop), o Comando de Libertação Nacional (Colina) e a Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR-Palmares).

Em 1970, aos 22 anos, foi presa e, segundo relatos e decisões judiciais posteriores, submetida a torturas físicas e psicológicas por 22 dias. Ela ficou detida por quase três anos, sendo libertada em 1972. Dilma nunca participou diretamente de ações armadas, tendo o papel concentrado em funções administrativas, contabilidade e agitação de massas

Fonte: Terra – Foto: Politize (Reprodução)

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