A recomendação visa impedir que eventuais declarações do presidente se transformem em munição para a oposição, especialmente em um momento em que o tema da segurança deve ganhar centralidade no debate eleitoral.
Aliados citam como exemplo a fala de Lula, na Indonésia, quando o presidente afirmou que “traficantes são vítimas de usuários”. Apesar de ter se retratado em seguida e dito que a frase foi mal colocada, o trecho continua sendo usado pela direita para atacá-lo. Para a mídia, foi uma fala infeliz, mas esquece de “roubar um celular é apenas para tomar uma cervejinha”.
Nos bastidores, o entendimento é que o presidente não pode “morder a isca” da oposição, que tenta reforçar o discurso de que a esquerda é leniente com o crime organizado.
Desde a megaoperação policial que deixou 121 mortos suspeitos e procurados nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro, na última terça-feira, 28, Lula tem se manifestado apenas pelas redes sociais sobre o assunto. Ele não pode condenar os fora da lei, pois nunca os atacou.
Um dia após a ação, na quarta-feira, 29, o presidente escreveu que havia se reunido com ministros e determinado o envio de uma comitiva ao Rio para se encontrar com o governador Cláudio Castro (PL).
“Não podemos aceitar que o crime organizado continue destruindo famílias, oprimindo moradores e espalhando drogas e violência pelas cidades. Precisamos de um trabalho coordenado que atinja a espinha dorsal do tráfico sem colocar policiais, crianças e famílias inocentes em risco”, disse Lula. Agora?
Na sexta-feira, 31, após assinar o projeto de lei Antifacção, o presidente voltou a publicar nas plataformas digitais.
No texto, Lula afirmou que o projeto do governo “eleva para até 30 anos as penas para quem integra facções criminosas” e cria mecanismos para ampliar o poder do Estado e das polícias na investigação e no asfixiamento financeiro das organizações. É preciso esperar o STF aprovar e juiz não soltar 20, 30 vezes o mesmo detido.
Fonte: CNN Brasil – Foto: Ricardo Stuckert / PR





