terça-feira, janeiro 7, 2025

Pesquisadora desenvolve app para mulheres em situação de violência

Na Bahia, 27 mulheres são vítimas de violência doméstica diariamente, conforme dados da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom), que também apontam um aumento de 27,33% nas denúncias entre janeiro e julho de 2024, em comparação ao mesmo período de 2023. Para buscar mitigar a situação, a estudante de Engenharia da Computação, Priscila Araújo, sob a orientação do professor Jadsonlee da Silva, da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), desenvolveu um aplicativo que possibilita às mulheres – acompanhadas pela Ronda Maria da Penha de Juazeiro – o compartilhamento imediato da sua localização para a Polícia Militar.

Segundo Priscila, a ideia de desenvolver o aplicativo surgiu a partir de sugestões dos policiais, que contribuíram para a construção do app ao apontar as necessidades e os desafios enfrentados no apoio às mulheres. “A motivação veio da solicitação da Ronda Maria da Penha de Juazeiro, que buscava uma solução ágil e discreta para que as mulheres assistidas pudessem pedir socorro em momentos de emergência. O projeto foi abraçado pelo coordenador do curso de Engenharia da Computação da Univasf, que me orientou durante o desenvolvimento”, afirma.

Para pedir ajuda pelo aplicativo, batizado de Viva, as mulheres não precisarão ter internet ou crédito no celular. “Ao acionar o botão, caso esteja com internet, é enviada uma mensagem via WhatsApp contendo a localização. Se estiver sem internet, um SMS é enviado. Já se estiver sem crédito e sem internet, o botão realiza automaticamente uma ligação para o 190. O aplicativo também possui gatilhos de emergência que a mulher pode utilizar para enviar a mensagem de socorro: três toques no botão liga/desliga, balançar o celular e o ícone do botão na tela inicial”, explica a desenvolvedora.

Impacto social

O orientador do projeto, Jadsonlee Silva, ressalta a relevância de unir teoria e prática no ambiente acadêmico, destacando o impacto social que iniciativas assim podem gerar. “Isso é fundamental para a formação do aluno, pois eles estão colocando em prática as tecnologias que têm aprendido em sala de aula para resolver problemas da sociedade. Eu acredito que a universidade tem o dever de contribuir com a sociedade por meio do ensino, pesquisa e extensão. Então, estamos apenas cumprindo o nosso dever”, pontua.

A ferramenta está em fase de testes, em parceria com a Ronda Maria da Penha de Juazeiro. A expectativa é que o aplicativo seja lançado no segundo semestre de 2025. “O Viva não apenas salva vidas, mas devolve a essas mulheres uma sensação de amparo e autonomia. No futuro, nosso objetivo é aprimorar o aplicativo com novas funcionalidades e expandi-lo para outras cidades da Bahia e, eventualmente, para todo o Brasil”, explica Priscila.

Veja como ajudar o Bahia Faz Ciência

A Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti) estreou no Dia Nacional da Ciência e do Pesquisador Científico, 8 de julho de 2019, uma série de reportagens sobre como pesquisadores e cientistas baianos desenvolvem trabalhos em ciência, tecnologia e inovação, de forma a contribuir com a melhoria de vida da população em temas importantes como saúde, educação e segurança, dentre outros. As matérias são divulgadas semanalmente, sempre às segundas-feiras, para a mídia baiana, e estão disponíveis no site e redes sociais da Secretaria. Se você conhece algum assunto que poderia virar pauta deste projeto, as recomendações e sugestões podem ser feitas através do e-mail [email protected].

A Tarde – Foto: Eduardo Lima | ASCOM do CPRN

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