quarta-feira, outubro 15, 2025

Vaticano autoriza início do processo de beatificação de Maria Milza, a “Mãezinha de Itaberaba”

Nesta segunda-feira (13), dia em que se completam seis anos da canonização de Santa Dulce dos Pobres, cresce na Bahia a devoção por outra mulher cuja vida foi marcada pela fé e pela caridade. O Vaticano autorizou o início do processo de beatificação de Maria Milza Santos Fonseca, conhecida como Mãezinha, do distrito de Alagoas, em Itaberaba, na Chapada Diamantina.

Mãezinha faleceu em 1993, mas deixou um legado de fé e compaixão. Na capela do pequeno povoado onde está sepultada, centenas de fiéis de diversas partes do país relatam graças e curas atribuídas à sua intercessão. A casa onde ela viveu foi transformada em um memorial, repleta de fotos, objetos e muletas deixadas por devotos que afirmam terem sido curados.

Entre os testemunhos está o de Bernardo, que afirma ter se curado de um câncer na garganta após pedir ajuda à Mãezinha:

“O médico disse que não tinha mais nada. Quando a gente tem uma doença, se apega à fé — e ela me curou”, relatou emocionado.

O Bispo de Ruy Barbosa, Dom Estevam dos Santos, responsável pela diocese que abrange Itaberaba, destacou a importância do processo e o rigor do Vaticano:

“Será difícil selecionar, entre tantos relatos, um milagre que tenha impacto científico. O Vaticano é muito criterioso”, afirmou.

O processo de beatificação envolve a análise de documentos e testemunhos por uma comissão local de historiadores e religiosos. As conclusões serão enviadas a Roma, onde a Congregação para as Causas dos Santos avaliará a comprovação de um milagre atribuído à intercessão de Maria Milza após sua morte — requisito essencial para a beatificação.

Para a canonização, será necessária a comprovação de um segundo milagre.

O artesão João, que conheceu Mãezinha quando criança, conta que voltou a andar após uma visita a ela:

“Eu não sentia força nenhuma nas pernas. Toquei na cama e consegui levantar. Foi um milagre.”

A cada semana, dezenas de romeiros chegam ao povoado de Alagoas, fortalecendo a fé de uma comunidade que acredita: “Um dia, Maria Milza será oficialmente santa.”

Jornal da Chapada

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