(UOL/FOLHAPRESS) – O vazamento de uma substância oleosa no leito do rio Ribeira de Iguape, que fica na divisa dos estados de São Paulo e Paraná, deixou ao menos três cidades paulistas e uma paranaense em alerta.
Substância partiu de uma indústria desativada. Segundo o CBH (Comitê da Bacia Hidrográfica do Ribeira de Iguape), o óleo saiu de uma antiga unidade industrial da empresa Plabum do Brasil Ltda, que fica em Adrianópolis, e teria escoado até o leito do rio, que nasce em Cerro Azul (PR).Abastecimento de água potável não foi afetado, diz Sabesp. Ao UOL, a companhia afirmou que monitoramentos foram feitos nas cidades abastecidas pelo rio e todos estavam “dentro dos limites permitidos pela legislação vigente”.Ainda assim, prefeituras pediram que população evitasse contato com a água. As cidades de Iporanga, Itaoca e Eldorado pediram que os moradores tivessem cautela e aguardassem novas informações. “Se notar manchas, cheiro forte ou qualquer alteração incomum na água, entre em contato imediatamente com a Defesa Civil”, afirmou a prefeitura de Eldorado em nota.
Vazamento foi resultado de ato de vandalismo, diz empresa. Ao UOL, Henrique Zafari, representante legal da Plabum do Brasil, afirmou que a fábrica desativada conta com vigilante, mas costuma ser invadida por pessoas que querem furtar materiais. Segundo ele, durante uma dessas invasões recentes, tanques foram abertos e o material vazou da empresa, caindo em um bueiro e, por fim, alcançando o rio.
Órgãos de meio ambiente ainda analisam qual é a substância vazada, mas empresa afirmou ao UOL que o material é o óleo BPF. O derivado do petróleo costuma ser usado em usina de asfaltos e estava alocado em galões de dois mil litros na empresa. “Um pouco [dos dois mil litros] vazou, não tínhamos percebido, porque é um local em que ninguém vai”, explicou Zafari ao UOL.
Empresa foi contratada para avaliar danos e fazer um plano de ação. A previsão é de que os trabalhos no local comecem na terça-feira, segundo o representante legal da Plabum.
Ministério Público de São Paulo tomou conhecimento do caso. O órgão informou que acionou a SP Águas, a Sabesp e a Cetersb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo).
Ibama está no local. Ao UOL, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis afirmou que servidores especializados em emergências ambientais avaliam a situação. A Cetesb também foi procurada para informar se a situação é acompanhada. O espaço será atualizado se houver posicionamento.
O rio Ribeira de Iguape é um dos principais cursos d’água do Vale do Ribeira. Ele abastece as cidades de Iporanga, Eldorado, Sete Barras, Registro, Ilha Comprida e Iguape. Os moradores dos municípios foram orientados a acionar o CBH se observarem alterações na qualidade das águas.