O vereador de Feira de Santana, Jurandy Carvalho (PSDB), fez um alerta para o avanço da poluição no Rio Jacuípe e no Lago de Pedra do Cavalo, responsáveis pelo abastecimento de sete milhões de baianos, incluindo até 60% da população de Salvador. Segundo o parlamentar, o acúmulo de lixo e o despejo irregular de esgoto estão comprometendo a qualidade da água e colocando em risco o principal manancial da região. O vereador organizou um mutirão de limpeza para esta sexta-feira (21).
“A gente está matando esse lago, jogando o esgotamento sanitário de Feira e de Riachão. A gente tem locais do lago que estão extremamente assoreados, mas não assoreados de areia, assoreados de lixo. Tem um lugar que a água já consegue gerar gás, é horrível, principalmente no Riacho do Feira X, onde a gente consegue observar, a olho nu, uma quantidade enorme de lixo”, disse o vereador.
Trabalho em equipe
Durante uma entrevista à edição do programa Acorda Cidade, desta quinta-feira (20), o vereador, que irá disputar uma cadeira na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) em 2026, afirmou que nos últimos meses tem organizado mutirões de limpeza no rio, atividade que ele já realizava antes mesmo do mandato.
Carvalho contou que, em ações recentes realizadas com apoio da Secretaria Municipal de Serviços Públicos (Sesp), foram retiradas quase uma tonelada de resíduos em apenas uma hora, entre eles pneus, pedaços de móveis e muito material plástico. Grande parte desse lixo, afirmou o parlamentar, é resultado de descartes irregulares feitos pela população e que, durante as chuvas, é arrastado para o Jacuípe e, posteriormente, para o Lago de Pedra do Cavalo.
“Eu vou resolver o problema amanhã? Não. O que eu quero é chamar a atenção para a quantidade enorme de lixo que chega lá para a população criar uma conscientização de não jogar mais lixo na rua. Eu, essa semana, tirei uma foto da boca de lobo que tem na frente da Igreja Senhor dos Passos. Lá havia centenas de papéis de picolé, de doce, lixo de todo tipo e, quando dá uma chuva mais forte, esse lixo consequentemente vai pro Rio Jacuípe. Então, a gente precisa cuidar desse patrimônio, que é o Lago de Pedra do Cavalho, formado pelos dois rios mais importantes da Bahia”, disse.
Força tarefa
Jurandy citou pontos críticos de despejo irregular de resíduos, como o Riacho do Feira X e o canal dos Três Riachos, que atravessam diversos bairros de Feira de Santana antes de desaguar no rio. Ele também relatou que há trechos do lago já assoreados por lixo, e não por areia, a ponto de liberar gases devido à decomposição dos resíduos. Segundo o vereador, esgoto doméstico ainda é lançado diretamente nos canais de Feira de Santana e Riachão do Jacuípe, principais fontes de poluição do manancial.
O parlamentar afirma que, apesar de a coleta municipal ser considerada eficiente, a falta de conscientização da população agrava o problema. Para enfrentar a situação, Jurandy defende ações emergenciais, como a dragagem imediata da entrada dos riachos mais críticos e a instalação de redes de contenção para impedir que resíduos cheguem ao Jacuípe.
O vereador também destacou um projeto em discussão com técnicos para o tratamento direto dos riachos, que poderia custar cerca de R$ 7 milhões, bombeando a água poluída para a estação e devolvendo-a ao rio com mais de 90% de pureza. Além disso o parlamentar defendeu outras ações.
“Precisamos plantar árvores de um lado e do outro do riacho. Feira de Santana é uma cidade fantástica, é uma cidade que nasceu por causa da sua água, olha o nome: Feira Santa dos Olhos d’Água, mas a gente já matou mais de duzentas lagoas. Procure aí a Lagoa do Tanque da Nação, que foi a lagoa que deu origem à Feira, que os tropeiros passava, hoje só tem casa em cima, então a gente matou os grandes mananciais, rede de supermercados construídas em cima de lagoas mas isso tem um culpado. O culpado não foi o construtor e sim o poder público que permitiu”, concluiu Jurandy.
O vereador finalizou afirmando que a concentração para o mutirão deve ocorrer na chegada do Riacho do Feira X e do Córrego dos Três Riachos na ponte do Rio Jacuípe.
Acorda Cidade – Foto: Arquivo pessoal
