Em 2015, o Brasil teve quase 1,7 milhão de casos. 2023 chegou bem perto disso. Em apenas dois meses e meio, 2024 já tem 1.684.781 notificações de dengue, e já é considerado o segundo pior ano da série histórica. O número de mortes confirmadas por dengue em 2024 no país é quase a metade do que foi registrado em 2023 inteiro — ano com mais óbitos desde 2000. Já são dez estados e o Distrito Federal em emergência por causa do avanço da doença.
Autoridades sanitárias confirmaram 491 mortes por dengue no Brasil em 2024.
As famílias que convivem há décadas com o assombro do aedes aegypti, agora se preocupam com o avanço da dengue entre as gerações mais novas. A menina quietinha não combina com a energia de sobra de quem tem 5 anos. Valentina chegou ao posto de saúde em BH com febre alta e moleza no corpo. Ficou em observação tomando soro por uma hora até voltar para casa, onde ganhou um mimo da avó.
O infectologista Carlos Starling diz que tantos casos de dengue já no começo do ano foram causados por vários fatores. Entre eles, as mudanças climáticas que provocaram mais calor e chuva e pela estratégia que vem sendo adotada no combate à doença.
“O combate ao mosquito, da forma como vem sendo feito, principalmente nos momentos de crise, com certeza não funciona. Ou seja, nós temos que combater a dengue o ano todo, o tempo todo. Se o Estado deixa de fazer o seu trabalho, que é condições sanitárias, oferecer condições sanitárias adequadas, coleta de lixo adequado, orientação adequada à população, certamente o estímulo falta”, afirma.
O Ministério da Saúde, omisso durante meses, tenta reforça que o momento é de intensificar a prevenção (com atraso), o cuidado e agir conjuntamente com governadores, prefeitos e toda a sociedade para eliminar os focos do mosquito da dengue.
Bahia On