O ministro da Casa Civil, Rui Costa, teceu críticas contra Brasília, durante evento em Itaberaba, na última sexta-feira (2). O ex-governador da Bahia disse que Brasília é uma “ilha da fantasia”. “Aquele negócio de botar a capital do país longe da vida das pessoas, na minha opinião, fez muito mal ao Brasil”, afirmou.
“Era melhor [a capital] ter ficado no Rio de Janeiro, ou ter ido para São Paulo, para Minas ou Bahia, para que quem fosse entrar num prédio daquele, ou na Câmara dos Deputados ou Senado, passasse, antes de chegar no seu local de trabalho, numa favela, embaixo de viaduto, com gente pedindo comida, vendo gente desempregada”, declarou o ministro.
Porém a resposta veio em seguida. O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), saiu em defesa de Brasília após o ministro atacar a capital do país. “Ele é um idiota completo. Não merecia estar onde se encontra. Agora já sabemos de onde vem o ataque contra o Fundo Constitucional”, afirmou o governador à coluna Grande Angular.
Ao falar em ataque ao Fundo Constitucional do DF (FCDF), Ibaneis refere-se à inclusão do dispositivo no teto do novo regime fiscal, o que ameaça a manutenção de serviços essenciais da capital do país.
Por meio do fundo, a União custeia a segurança e parte da saúde e educação do DF, que abriga uma população de mais de 3 milhões de pessoas, a sede dos Três Poderes e as embaixadas de outras nações.
A fala de Rui Costa repercutiu negativamente entre autoridades da capital federal, segundo o Metrópoles. A vice-governadora, Celina Leão (PP), disse que o discurso do ministro “é equivocado, inclusive para quem está morando no DF para exercer suas funções ministeriais”.
“O sonho de JK de trazer a capital para Brasília está atrelado ao desenvolvimento do interior do país – e isso realmente aconteceu! A nossa cidade tem mais de 3 milhões de habitantes. Agregada à Ride, o cálculo passa de 5 milhões de pessoas que vivem e trabalham no DF, maior que alguns estados de Federação. Acreditamos na sensibilidade do governo, mesmo com opiniões internas divergentes de não apoiar essa situação”, afirmou Celina.
Primeiro Jornal