O ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, afirmou à Polícia Federal (PF) que as blitze realizadas no dia do 2º turno das eleições de 2022 tinham o único objetivo de coibir a compra de votos.
Na ocasião, Silvinei negou que a intenção fosse impedir eleitores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de votar. A declaração foi dada durante depoimento realizado nesta quinta (10).
Vale lembrar que a versão dada pelo ex-diretor-geral da PRF contradiz as afirmações do senador Otto Alencar (PSD) durante a CPMI dos atos golpistas. O parlamentar, que foi parado por agentes da Polícia Rodoviária Federal, detonou o Silvinei durante o depoimento na ‘Casa Alta’, em junho deste ano.
As blitze se concentraram no Norte e Nordeste, regiões onde Lula tinha mais votos, de acordo com as pesquisas da época. Na véspera das eleições, inclusive, o ex-diretor-geral da PRF havia declarado voto no então candidato à reeleição, Jair Messias Bolsonaro (PL).
O ex-diretor-geral foi preso durante uma operação da PF, na última quarta (9). Ele é suspeito de ter mobilizado a estrutura da PRF para atrapalhar que eleitores de Lula chegassem aos locais de votação e se tornou réu por improbidade administrativa nesse episódio.
Durante o depoimento à Polícia Federal, Silvinei teve uma queda de pressão e passou mal. Ele foi atendido e, após se recuperar, voltou a prestar informações aos investigadores.
‘Sem contradição’, diz defesa
Após o depoimento, o advogado de Silvinei disse que não houve contradição no depoimento de seu cliente. “O responsável por essa operação envolvendo eleição foi o Ministério da Justiça. PRF é subordinada, então tem que obedecer. Mas não teve nenhum pedido no sentido de cometer alguma infração ou perseguir um viés político ou outro, nada disso”, afirmou o profissional.
Por BNews com imagem da Agência Brasil